Dark Ride #1.
Um artista aficionado por horror, é o responsável pela construção de um parque temático do gênero. Sua mulher, é contra a obsessão do marido pelo sobrenatural, ele é incompreendido por ela. O artista assassina a esposa e esconde seu corpo em um saco plástico, apenas para descobrir que algo diabólico a trouxe de volta do além.
Somos apresentados ao parque temático, ele é incrivelmente fenomenal, a arte com o auxílio de toda uma dedicada equipe criativa, cai como uma luva, você está no Castelo dos Horrores, ou mais precisamente, na Disney do horror. Servos demoníacos, simbolismos e dois irmãos que não se entendem (um jovem e uma jovem), ambos filhos do idealizador do parque. Um dos irmãos está desacreditado de que o parque não assusta mais ninguém, e que para assustar, é necessário voltar para as raízes do horror. Como não poderia deixar de ser, temos a primeira vítima do parque, mas provavelmente como parte de um plano diabólico.
Mais uma série que veio para ficar, como é bom sair do convencional das HQs e partir para materiais que poucos ouviram falar mas que apresentam uma qualidade impecável.
Avaliação: 9.8 (de 10).
Dark Ride #2.
O mistério que ronda o parque temático de horror, continua. Os dois irmãos (um jovem e uma jovem) não se entendem entre si. O importante é fazer com que o parque volte a assustar as pessoas, como era em suas épocas longínquas. Há um momento tenso onde uma menina é influenciada diabolicamente por uma voz macabra que a faz cometer autoflagelação, a tal influência estaria relacionada com a esposa do dono do parque que foi morta por ele e que agora voltou dos mortos para se vingar?
Horror e mistério, recomendado!
Avaliação: 9.8 (de 10).
Dark Ride #3.
Irmãos, filhos de um criador sinistro de um parque temático do horror, entram em desavenças, mas não por muito tempo, pois o pai quer os dois unidos para que o parque volte a ser o que era antes. A morte misteriosa de um dos funcionários mais recentes do parque, acaba atraindo a atenção de uma garota que procura por seu irmão desaparecido, aquele que foi morto. O Velho Nick (nome dado ao Diabo na Inglaterra), se encarregará de fazer com que a garota presencie o que aconteceu ao seu irmão, agora um morto-vivo. A alma da esposa do criador do parque, volta para assombrar seus filhos, e pelo que tudo indica, os jovens devem escolher com quem eles devem permanecer no final (com o pai ou com a mãe).
Avaliação: 9.8 (de 10).
Dark Ride #4.
Essa não é apenas uma HQ de terror que se passa num parque de diversão, ela foge do previsível e estabelece um suspense que alcança mais do que quatro edições. Há grandes reviravoltas no que diz respeito aos filhos do criador sinistro do parque, surpresas (desagradáveis) aos curiosos que tentam desvendar o mistério por trás do parque e uma personagem (irmã que parte em busca do irmão desaparecido) que é mantida viva e levada sob custódia e passa a ser pressionada para contar tudo que ela sabe sobre o misterioso parque.
Avaliação: 9.8 (de 10).
Dark Ride #5.
Um artista, que mexe com forças ocultas, constrói um parque temático do terror, ele assassina sua esposa, que interferiu em seu trabalho... ele tem dois filhos, um jovem e uma jovem, ambos disputam qual deles fará o parque voltar às suas antigas raízes.
Um funcionário do parque, desaparece... sua imã, segue em sua procura, acreditando que ele se tornou uma assombração. A polícia, consegue acobertar casos de possíveis assassinatos no parque, tudo indica que a esposa assassinada voltou do além, e ela deseja ficar com seus dois filhos.
É revelada a origem do parto da esposa... o pacto de seu marido com o Diabo. Um dos filhos do casal, junto com a irmã do funcionário, investigam o que há dentro do parque.
Avaliação: 9.8 (de 10).
Dark Ride #6.
Série que se desenvolve muito bem na narrativa com um suspense na medida certa.
Avaliação: 8.9 (de 10).
Dark Ride #7.
O criador do parque temático do horror, finalmente ressurge em pessoa. A desavença entre seus dois filhos... um jovem e uma jovem, persiste. O jovem, se preocupa com o bem estar de sua mãe, que necessita de medicação, acontece que o pai assassinou a mãe dos jovens a sangue frio, e a enterrou... mas ela ressuscitou. Com um conflito entre pais e filhos, a trama escrita por Joshua Williamson, faz com que os leitores foquem seus olhares na irmã do jovem... a queridinha do papai, que é encarregada de fazer com que o parque temático volte a aterrorizar as pessoas como antigamente.
Com grandes referências para com as obras do horror cinematográfico, 'Dark Ride' #7 é uma edição impecável que consegue amarrar magnificamente bem uma trama que preza por um suspense intrigante.
Uma edição com diálogos muito bem construídos e arte promissora.
Roteiro: diálogos muito bem construídos.
Arte: abrilhanta com cenários arrebatadores.
Cores: Adriano Lucas é dedicado no que faz.
Avaliação final: 9.8 (de 10).
Dark Ride #8.
Enquanto comete um desserviço para a DC Comics ao escrever Knight Terrors, Joshua Williamson, apresenta mais uma edição promissora de 'Dark Ride'. A série, é um deleite para os fãs de horror, com uma trama bastante simples de entender... um homem, aficionado por horror, assassina sua mulher (que ele acreditava ser um empecilho) para realizar o seu sonho, construir um parque.
No decorrer da série, somos apresentados a mais alguns personagens, como os dois filhos do criador do parque, um jovem e uma jovem, cujas ideias não se compactuam. Dentre os mascotes do parque, está o monstrinho sapeca, que é o destaque desta edição.
'Dark Ride' #8 não difere em nada das edições anteriores. Os mistérios continuam, e nós adoramos.
Roteiro: impactante.
Arte: condiz com a pegada do roteiro.
Equipe criativa: abrilhanta os cenários.
Capa: prepara o leitor para o conteúdo.
Avaliação final: 9.8 (de 10).
Dark Ride #9.
Com nove edições publicadas, 'Dark Ride' da Skybound se consolida como um dos quadrinhos necessários para esquecer das atrocidades que as editoras mainstream vem publicando. Um fã do horror que assassina sua esposa e constrói um parque temático do gênero, assassinatos horrendos como parte do mistério que ronda por trás da criação do parque, dois irmãos disputando qual deles será o encarregado de assumir o controle do parque, uma filha que luta por sua independência e a revelação de um pai que vendera a alma de seus dois filhos ao Diabo.
Roteiro: Joshua Williamson mistura suspense com terror na medida certa.
Arte: o trabalho de Andrei Bressan condiz com a pegada do roteiro.
Equipe criativa: a capa principal de Bressan prepara os leitores para mais um passeio no parque e Adriano Lucas reforça a qualidade promissora da edição com suas cores.
Avaliação final: 8.9 (de 10).
Saiba de onde veio a inspiração para o Velho Nick, um dos personagens de Dark Ride.
Em nossa era iluminada, estamos começando a esquecer quão densamente o mundo de nossos ancestrais era povoado por diabinhos e demônios. Shakespeare ainda se sentia em casa entre eles, teria reconhecido Grimalkin e conhecia o encanto em torno de você, que afugentava as bruxas. Flibbertigibbet (um membro de uma família considerável no Rei Lear), o astuto Rumpelstilzchen e seus parentes têm nomes que às vezes são difíceis de decifrar, fato do qual Rumpelstilzchen estava plenamente ciente. Por alguma razão, os diabos, pelo menos em inglês, são frequentemente chamados de velhos: Old Bogey, Old Scratch, Old Nick e até Old Nick Bogey….Scratch tem irmãos germânicos respeitáveis (provavelmente também onomatopeicos), e Nick parece transparente. Mas quem era Nick? Esta questão tem incomodado vários pesquisadores.
Nick em algum momento se referiu a alguma pessoa (real ou mítica) ou o nome remonta a Engl. nicker “um duende de água”? Em inglês antigo, nicor era um monstro marinho, e Beowulf conheceu muitos deles enquanto nadava no oceano. No entanto, nicker é uma palavra que apenas folcloristas hoje reconhecem facilmente, enquanto Velho Nick ainda é familiar para muitos. Algumas pessoas até pensam que esse apelido (de um nome eke “nome adicional”; eke como em eke out próprio ordenado, relacionado ao alemão auch “também” e assim por diante) é realmente um apelido, dado intencionalmente para enganar o Diabo: confuso por um nome errado, aquele que não foi dado no nascimento, o diabo não vai buscar sua vítima. Mais de um etimologista suspeitava que o Velho Nick “corta” (mata) as pessoas, ou seja, as corta; deixa um entalhe neles; tem algo a ver com seus pescoços, ou os provoca (compare com o alemão necken “provocar”).
Uma etimologia verdadeiramente bizarra do Velho Nick conecta Nick com Niccolò Machiavelli. Como observou Macaulay, enquanto a Igreja de Roma declarava amaldiçoadas as obras de Maquiavel, os ingleses cunhavam de seu sobrenome um epíteto para um patife e de seu nome cristão um sinônimo para o Diabo. Felizmente, ele admitiu a existência de um cisma sobre esse assunto entre antiquários e filólogos, mas é estranho que ele pudesse mencionar tal conjectura como digna de atenção de alguém. O OED discute a teoria do Velho Nick e Maquiavel. Samuel Butler, o autor de Hudibras, escreveu: “Nick Machiavel nunca teve um truque,/ Embora tenha dado seu nome ao nosso Velho Nick,/ Mas estava abaixo do menor deles” (III.1: 1313). Hudibras, uma longa sátira heroica de Samuel Butler (não confundir com outro Samuel Butler, autor de The Way of All Flesh, Erewhon e outros livros inteligentes, mas moderadamente divertidos), foi publicada em três partes entre 1663 e 1678 A etimologia maquiavélica de Old Nick deve ter sido muito popular em meados do século XVII, pois a colocação apareceu impressa por volta dessa época. Deve-se sempre contar com um período durante o qual uma piada ou gíria leva uma existência clandestina antes de aparecer em um texto escrito, mas se o Velho Nick existisse muito antes de 1678 no que hoje chamamos de tradição oral, provavelmente teria deixado alguns vestígios em lendas, encantos ou canções. A primeira citação do Velho Nick no OED é datada de 1643.
Uma hipótese bastante recente deriva Velho Nick de Velho Imoral, o nome do diabo nas peças medievais. A derivação é inteligente, e o OED a menciona de maneira evasiva, mas é uma das várias suposições igualmente engenhosas. Charles P. G. Scott, o etimologista do The Century Dictionary, escreveu um artigo do tamanho de um livro intitulado “O Diabo e seus Diabretes”. Ao mesmo tempo, ele observou, o nome Nicol era muito comum (compare Nicolson). Que Nicol poderia ser abreviado para Nick não requer nenhuma prova. Mas Nick também serviu de “apelido” para Hick (de Hick, da mesma forma que Ned desenvolveu de Ed). Como resultado (assim Scott), alinhou-se com Dick (a raiz de Dickens; compare o que Dickens!), Hob, Rob, Jack (com a lanterna), Will (com o fogo-fátuo), e o diabo Hick, para citar alguns. Nas palavras de Scott: “Ao considerar a aplicação do nome Nick assim derivado, e de outros nomes pessoais familiares, ao Diabo, não devemos pensar nesse personagem como o espírito teológico maligno negro do mal, mas sim como um duende do mal com poderes limitados, um 'pobre' diabo, que pode ser meio intimidado, meio aplacado, por um pouco de impudência amigável ou familiaridade caseira. Curiosamente, nenhum indício dessa hipótese pode ser encontrado no The Century Dictionary.
Scott era um excelente etimologista, negligenciado pelos estudos posteriores e mais imerecidamente esquecido. Ele negou qualquer ligação entre Nick e o Velho Inglês. nicor, embora essa conexão tenha sido aceita por todas as fontes anteriores, incluindo a primeira edição do dicionário de Skeat (1882). Aqui o OED (em 1907) seguiu Scott, e uma vez que o OED fez sua opinião conhecida, todos a repetiram. Skeat também desistiu de sua ideia inicial. Não sabemos se o nome Velho Nick é consideravelmente mais antigo que o século XVII ou mais ou menos contemporâneo dos anos dezesseis e quarenta. Como dito, o primeiro cenário é improvável.
No entanto, estudiosos sérios tentaram pelo menos duas vezes descobrir ecos de superstições antigas no Velho Nick. De acordo com uma lenda medieval, um certo homem chamado Nicola pesce (pesce italiano “peixe”) poderia viver muitos dias debaixo d'água e mergulhar no fundo do mar. A crença popular transformou essa pessoa em um demônio do mar – daí, supostamente, o norueguês Mikkelfisk, do Nickelfisch não atestado. Nele, diz-se que n se tornou m sob a influência da palavra escandinava para “grande” (como em escocês mickle), e a confusão com São Miguel foi o resultado. Em outros lugares, o fabuloso morador do mar foi confundido com São Nicolau. Podemos ver que Johann Knobloch, o autor desta reconstrução, também dispensa o Velho Inglês. nicor, mas de uma forma diferente da de Scott.
Ao contrário de Scott e Knobloch, Claude Lecouteux voltou ao nicor e às palavras relacionadas a ele. Na Alemanha, nicchus ~ nihhus (agora Nix ~ Nixe) significava “crocodilo”. Lecouteux sugeriu que São Nicolau, cujo culto se espalhou no século XI, era venerado por encontrar e vencer um monstro marinho (um nihhus) e se tornou inseparável dele. Ele ressaltou que São Nicolau tem fortes laços com a água. Muitas vezes o santo aparece na lenda acompanhado por uma figura assustadora, aparentemente uma transformação de seu antigo adversário. Essa teoria tem uma falha grave. Beowulf matou Grendel (outro demônio da água) e sua mãe, enquanto São Jorge matou o dragão, mas não temos uma história em que São Nicolau confronta os nihhus. Seria de esperar que tal história se tornasse o cerne de seu culto.
Tanto quanto se pode julgar, todas as conjecturas brevemente mencionadas acima estão erradas. A amarga experiência ensina que um etimologista nunca sabe o suficiente. Certos fatos parecem convincentes, como aconteceu com o Velho Nick, mas há mais um que arruína a reconstrução. Neck, necken, to nick, “Nick” Maquiavel, nicor ~ nihhus (nicker), Old Iniquity, Hick, o anfíbio Nicola pesce, o indomável São Nicolau – alguns deles tinham pelo menos alguma chance de se tornar o Velho Nick, enquanto outros não tinha nenhum. Às vezes, o fator decisivo para oferecer uma boa derivação é a cronologia. Por que o Velho Nick apareceu apenas no século XVII? Os estudiosos e amadores que lidaram com nosso “pobre diabo” nunca fizeram essa pergunta e perderam uma informação crucial. O que é isso? Mas aqui, como Scherezade, é melhor parar por aqui.
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