Entrevista | O escritor anuncia seus grandes planos para o personagem.
O nobre guerreiro de Robert E. Howard, Conan, o Bárbaro, está de volta com uma nova série em andamento escrita por Jim Zub, com arte de Rob De La Torre e cores de José Villarrubia.
A série foi lançada com a Free Comic Book Day #0 (disponível para leitura online aqui), mas começa para valer com a emocionante edição #1 da semana que vem.
Esta não é a primeira experiência de Zub escrevendo para o personagem, tendo previamente escrito 13 edições dos quadrinhos de Conan na Marvel em 2019. Essa HQ foi vítima da pandemia, no entanto, com um intervalo de sete meses entre a primeira edição e o resto de seu run fazendo com que perdesse o ímpeto e, por fim, acabasse com as ambições de longo prazo de Zub.
Mas segundas chances acontecem... Quando a Titan Comics uniu forças com a Heroic Signatures, que detém os direitos de Conan e outros personagens de Howard, eles recorreram a Zub para escrever o novo quadrinho mensal. “Tudo o que eu quero fazer é um run longo e contínuo com esses personagens que eu amo para mostrar às pessoas por que eles são ótimos," disse ele ao Newsarama em uma entrevista exclusiva.
Newsarama: Qual é a sensação de estar de volta em Conan? E como tudo isso aconteceu?
Jim Zub: É fenomenal. Honestamente, parece um verdadeiro sonho tornado realidade! Estamos saindo do portão com a força que eu jamais poderia ter imaginado.
Heroic Signatures são os detentores dos direitos de Conan e eu mantive contato com eles o tempo todo. Fred Malmberg tem ajudado a administrar a propriedade há, creio eu, 20 anos. Ele gostou de minhas sensibilidades sobre o personagem e da mitologia mais ampla de Robert E. Howard. Começamos a conversar e foi basicamente: "Você ainda quer fazer Conan?" Eu pensei que Fred quis dizer uma edição de aniversário, ou um especial (one-shot), mas ele disse, "Não, estamos procurando um parceiro criativo e um compromisso de longo prazo na série."
Newsarama: O que você pode divulgar sobre a primeira edição?
Jim Zub: Nosso primeiro arco é chamado 'Bound in Black Stone', e não me importo em dizer que há uma história de terror muito famosa de Robert E. Howard chamada The Black Stone. 'Black Stone' é esse elemento sobrenatural que Howard usa em vários contos, então estamos tornando esses links muito explícitos em termos da mitologia que estamos construindo.
Há um conto sugerido na prosa original chamado 'The Battle of Venarium' e mostramos isso na história da Free Comic Book Day. Isso é o que leva Conan a deixar a Ciméria pela primeira vez e meio que acende seu desejo de viajar e estamos amarrando nossa história de volta a isso.
Newsarama: Quando na linha do tempo a nova HQ ocorre?
Jim Zub: Você vê na primeira edição que Conan está vagando há vários anos. Ele passou por alguns de seus primeiros contos, como A Filha do Gigante de Gelo, e agora ele é o mais próximo da Ciméria desde que partiu. Ele está em um precipício em termos de decidir: "OK, eu não gosto do mundo civilizado, mas ainda tenho forças para continuar explorando mais profundamente ou vou apenas para casa?" E então as forças externas atacam e ele é puxado para esse conflito mais amplo que vai testar sua coragem e introduzir um novo personagem no cânone, essa guerreira picta chamada Brissa.
Newsarama: E a série vai continuar a partir desse ponto?
Jim Zub: A forma como vai correr é interessante. Quando Robert E. Howard escreveu as histórias originais de Conan, elas estavam fora da ordem cronológica. A primeira história de Conan já o tem como rei e na próxima história ele é mais jovem. Howard pula muito e essa foi uma abordagem em potencial que analisamos, mas pensamos que pode não parecer satisfatório para o leitor.
Então, o que estamos fazendo é: as primeiras quatro edições são um arco. As segundas quatro edições são seu próprio pequeno arco, mas se unem tematicamente, mesmo que estejamos avançando na linha do tempo. Algo que acontece no primeiro arco será levado para o segundo arco e você perceberá que essas histórias se conectam, mas cada uma também é uma aventura independente.
Eu sinto que, se fizermos certo, teremos o melhor dos dois mundos. Temos uma continuidade contínua que importa, mas também podemos pular um pouco a linha do tempo. Poderíamos entrar em uma história em que ele é um bucaneiro ou um ladrão, ou algo assim, e ainda parecer que tudo se encaixa.
Newsarama: Serão todos contos originais ou você planeja adaptar alguma das histórias de Robert E. Howard?
Jim Zub: Não, esse não é o plano atual. Eles foram adaptados várias vezes extremamente bem. A Marvel fez a maioria dessas histórias pelo menos duas vezes. A Dark Horse também fez todas as histórias. E então, se voltarmos a esse poço, por mais incríveis que sejam essas histórias, todo mundo conhece as premissas e como as tramas se desenrolam. Além disso, não quero ser uma banda cover, entende o que quero dizer? Queremos fazer coisas novas. As 21 histórias originais de Conan são canônicas e nossas histórias acontecem dentro e ao redor delas.
Newsarama: Como é trabalhar com Rob De La Torre? O que ele traz para a HQ?
Jim Zub: Ele tem um toque clássico, mas seus layouts de página são muito modernos, meio europeus, mas seu estilo de arte remete a uma era clássica anterior que eu sinto que está tão em casa com o personagem. É um retrocesso, mas não parece derivado.
Conversamos muito cedo quando começamos a colaborar nisso e eu disse: "Olha, em vez de eu te dizer 'página um, painel um', farei no estilo Roy Thomas. Vou contar o que acontece nesta sequência e você acompanha, cara." E então, pela primeira vez, estou escrevendo diálogos e legendas para a arte que estou vendo. Estou muito animado com isso, porque estamos tocando de maneiras muito legais. É apenas uma verdadeira alegria.
Newsarama: Você conseguiu salvar algum de seus planos para a Marvel?
Jim Zub: Se os leitores quiserem ter uma ideia do tipo de coisa em que estávamos pensando para o futuro da Marvel, fiz uma minissérie chamada 'Serpent War', que pegou vestígios de outras histórias de Robert E. Howard e começou a tecê-las. Estava apenas arranhando a superfície das possibilidades. Agora seremos capazes de fazer isso em um palco muito maior.
Dito isto, não estou tentando recriar o que estava lá. Sinto que temos uma oportunidade ainda melhor agora. Todas na HQ da Marvel foram ótimas, mas estamos em um espaço diferente agora. Não estamos limitados em termos de classificação na nova HQ, estamos definitivamente canalizando esse tipo de violência clássica de 'Savage Sword' (A Espada Selvagem de Conan).
Newsarama: Quais são suas esperanças de longo prazo para a HQ?
Zim Zub: Estou nisso a longo prazo! Eu sei o que estou fazendo nos primeiros dois anos e além. Já estamos começando a mexer nas bordas antes mesmo de a HQ ser lançada.
Tudo o que quero fazer é criar o máximo de coisas legais possível. Vamos mostrar às pessoas por que esse personagem perdura e por que essas histórias ainda são importantes. E não apenas por causa do material antigo, mas porque ainda podemos tocar essas músicas e surpreendê-lo.
Você sabe, qualquer personagem icônico é difícil de escrever porque pode parecer que tudo já foi jogado, mas se você fizer bem, você ainda pode pegar esses ingredientes e fazer algo inesperado e legal. Sinto-me muito honrado por estar à frente deste cargo e estou fazendo tudo o que posso para torná-lo o mais emocionante possível.
Conan The Barbarian #1 será publicado pela Titan Comics e Heroic Signatures em 2 de agosto.
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